Justiça revoga liberdade e determina nova prisão de líderes do Massacre do Compaj

A Justiça do Amazonas determinou o retorno à prisão de três homens apontados como líderes do Massacre do Compaj, que resultou na morte de 60 detentos em janeiro de 2017, em Manaus. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (19) pela desembargadora plantonista Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques, que anulou a liberdade provisória concedida na sexta-feira (16).

Os réus Janes Nascimento Cruz (conhecido como “Caroço”), Adaliton Farias da Silva e Almir Nobre Teles haviam sido beneficiados por decisão do juiz plantonista Fábio Lopes Alfaia, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que autorizou o uso de tornozeleiras eletrônicas como medida cautelar, ao considerar que não havia risco concreto à sociedade.

No entanto, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) recorreu imediatamente, sustentando que os acusados representavam uma séria ameaça à ordem pública devido ao seu histórico de liderança em facções criminosas e à extrema violência do caso.

Ao acolher o recurso, a desembargadora Luiza Cristina afirmou que os critérios para a manutenção da prisão preventiva permanecem válidos, destacando o risco de reincidência, a gravidade dos crimes e a necessidade de preservar a ordem pública. Ela frisou que os fatos de 2017 configuram um dos episódios mais brutais da história do sistema penitenciário brasileiro.

Com a nova decisão, os mandados de prisão já foram expedidos, e os acusados deverão ser novamente recolhidos ao sistema prisional. Eles respondem por homicídio qualificado e associação criminosa, entre outras acusações.

O Massacre do Compaj, como ficou conhecido, ocorreu durante uma série de rebeliões no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara, ambas na capital amazonense. A disputa entre facções criminosas chamou atenção nacional e internacional, expondo as falhas estruturais do sistema carcerário do estado. À época, dezenas de detentos foram transferidos para presídios federais de segurança máxima.

O MPAM reiterou que continuará acompanhando o processo de perto para impedir novas tentativas de soltura dos envolvidos.

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