Em entrevista para a jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, veiculada nesta quinta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito para o governar o país dele, e não ser o “imperador do mundo”.
“Nós não podemos ter o presidente Trump esquecendo que ele foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para ser o imperador do mundo. Seria muito melhor estabelecer uma negociação primeiro, e depois alcançar um acordo possível, porque nós somos dois países que temos boas relações por 200 anos”, afirmou Lula.
Segundo Lula, tanto a tarifa quanto a forma em que Trump usou para anunciar foram surpresas para o governo brasileiro. O presidente brasileiro também disse que falta, em Trump, um “pouco de multilateralismo na mente”.
Lula disse que o Brasil está pronto para negociar a tarifa imposta por Trump, mas que o País está disposto a mandar respostas para Washington. O petista voltou a declarar que pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica, recentemente regulamentada pelo Planalto.
Bolsonaro
O presidente brasileiro também afirmou que nunca houve uma tentativa de golpe de Estado como a planejada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ele não está sendo julgado pessoalmente, ele está sendo julgado pelos atos que tentou organizar um golpe de Estado. Ele ameaçou, secretamente, a morte, planejou a morte do vice-presidente, a minha e a de um ministro do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Lula.
Lula também disse que o fato de Bolsonaro ser um adversário não é a motivação para acreditar que ele tentou aplicar um golpe. “Quem acusou Bolsonaro foi a Procuradoria-Geral da República (PGR), e o STF vai julgar”, disse.
Atacando Bolsonaro, o presidente também disse para Amanpour que perdeu três eleições presidenciais (1989, 1994 e 1998) e nunca “levantou um problema”.
Estadão