O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagraram, entre a noite desta quarta-feira (31/1) e as primeiras horas desta quinta-feira (1º/2), a Operação Vorax, que visa desarticular um grupo supostamente envolvido no roubo de veículos, no comércio clandestino de peças, bem como na organização dos chamados “rolezinhos”. No total, foram 20 pessoas presas, 41 motocicletas removidas, sendo quatro com restrição de roubo.
Inicialmente foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva entre Manaus e a cidade de Brusque (SC), seis mandados de busca e apreensão em oficinas e lojas de peças de veículos, além de 38 mandados de sequestro de bens e 40 de bloqueios de redes sociais.
A ação contou, ainda, com apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seap), Secretaria Adjunta de Inteligência (Seai), Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e Força Tática da Polícia Militar do Amazonas.
Investigação
Durante coletiva de imprensa, realizada na sede do Detran Amazonas, na avenida Mário Ypiranga Monteiro, bairro Parque Dez, zona centro-sul de Manaus. secretário da SSP-AM, coronel Vinicius Almeida, relatou a evolução da operação que, inicialmente era um “problema de trânsito”, mas que após investigação constatou-se inúmeros crimes.
“Em um primeiro momento, demonstrou ser um problema de trânsito e, logo em seguida, graças ao centro de inteligência do Detran Amazonas, iniciou uma investigação que durou dois meses. Nesse período, foi constatado quem eram os envolvidos e qual o intuito dos mesmos durante os ‘rolezinho’ e, em paralelo a isso, atuamos com câmeras de vigilância em pontos específicos de Manaus, a fim de coibir essas ações criminosas”, detalhou o secretário de Segurança Pública.
Também estiveram na coletiva, o diretor-presidente do Detran-AM, Rodrigo de Sá; o delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Bruno Fraga; o delegado titular do 1º DIP, Cícero Túlio; o diretor técnico do Detran-AM, David Fernandes, e o coordenador-geral da Fiscalização do Detran-AM, Arthur Cruz.
O diretor-presidente do Detran Amazonas, Rodrigo de Sá, pontuou que a operação é uma “resposta à sociedade amazonense pela inquietação causada pelos suspeitos “. “Isso tudo sob o pretexto de organizar passeios coletivos que, na verdade, causavam barulho e arruaça. O que parecia ser somente um problema de trânsito, tornou-se um problema de segurança pública, o que foi confirmado pela investigação realizada pela equipe de inteligência do Detran Amazonas e que foi repassada às demais forças de segurança do estado”, disse Rodrigo.
O diretor-presidente ressaltou que a operação vai ao encontro do Decreto nº 47.877, assinado pelo governador Wilson Lima, que trata dos procedimentos de controle e fiscalização das atividades de desmontagem de veículos automotores terrestres no âmbito do Amazonas. No mesmo documento, ficou estabelecido que o Detran é o gestor do sistema de rastreabilidade das peças ou conjunto de peças provenientes da desmontagem, e que os órgãos integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública terão acesso às informações constantes do banco de dados.
“O Estado não irá mais permitir que essas atitudes ocorram. O Detran Amazonas seguirá trabalhando fortemente para coibir e reprimir esse tipo de comportamento. Gostaria de enaltecer todo o trabalho feito em conjunto com as equipes de Segurança Pública do Amazonas”, acrescentou Rodrigo de Sá.
Início
A operação foi desencadeada a partir de um relatório produzido pelo Detran Amazonas e entregue à PC-AM no qual indicava, após uma série de investigações, inúmeros perfis de redes sociais, bem como placas de veículos e imagens dos supostos envolvidos nos “rolezinhos”. Em seguida, a investigação seguiu curso com a equipe do 1º Distrito Integrado de Polícia (1º DIP), da Polícia Civil do Amazonas.
A investigação aponta, ainda, que os suspeitos gerenciam um esquema de encomenda de furtos e roubos de motocicletas, as quais, posteriormente, eram destinadas a oficinas parceiras, local onde eram realizados os desmanches clandestinos e a venda de peças oriundas dos crimes.
O delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, reforçou que os envolvidos promoviam uma “cortina de fumaça” para encobrir uma organização criminosa complexa. “O que no início aparentava ser apenas uma balbúrdia, com a prática dos ‘rolezinhos’, demonstrou ser na verdade uma cortina de fumaça para uma organização criminosa complexa, onde foi deflagrado receptação de veículos automotores, roubos e furtos, além dos já conhecidos desmanches”, disse.
Os suspeitos também serão indiciados por organização criminosa, racha, direção perigosa, atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública, atentado contra a segurança dos meios de transporte, receptação qualificada, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, apologia ao crime, promoção de jogos de azar e lavagem de capitais. Após os procedimentos cabíveis, os suspeitos serão encaminhados à audiência de custódia onde ficarão à disposição da Justiça Estadual.
“À equipe do 1º DIP coube a parte operacional. Após o levantamento das informações que nos foram repassadas pela diretoria técnica do Detran Amazonas, a pedido da presidência da instituição, nós pudemos começar as investigações. Durante o curso da operação, foi possível efetuar a prisão preventiva de 20 pessoas, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão direcionados a empresas que realizavam o desmanche clandestino de peças a mando desse grupo criminoso”, detalhou o delegado titular do 1º DIP, Cícero Túlio.