Atentado na Rússia: Suspeito preso ia receber R$ 27 mil pelo ataque

Um dos quatro acusados pelo atentado terrorista que matou ao menos 115 pessoas na noite dessa sexta (22), numa casa de shows, na periferia de Moscou, capital russa, afirmou ter sido contratado para fazer o ataque pelo equivalente a R$ 26,8 mil. “Recebi metade no cartão”, reclama, algemado, aos policiais que o detiveram.

Ele e outros três suspeitos de terem atirado contra a plateia que esperava por um show de rock na casa Crocus City Hall foram pegos após furar um bloqueio policial na região de Briansk, 340 km a sudoeste de Moscou. A ação foi coordenada pelo FSB (Serviço Federal de Segurança, na sigla russa).

Com eles a polícia encontrou passaportes do Tadjiquistão, república ex-soviética de maioria muçulmana na Ásia Central. O Estado Islâmico, grupo terrorista combatido pela Rússia na guerra civil da Síria, assumiu a autoria do ataque.

No vídeo, o preso é questionado sobre o que fazia no Crocus. “Ataque”, responde, dizendo que a motivação foi “por dinheiro”. “Cerca de meio milhão de rublos, que não recebi. Recebi metade no cartão”, completa.

Até agora, a polícia russa prendeu 11 pessoas, incluindo os quatro supostos atiradores, suspeitos de envolvimento no ataque.

O ataque foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI). A ação foi a mais violenta em 13 anos na capital russa, ultrapassando em número de mortos o ataque que deixou 37 vítimas no aeroporto de Domodedovo, em janeiro de 2011.

Conflito com grupo islâmico

O país tem longo histórico de conflito com o extremismo islâmico, e o maior massacre da sua história recente foi durante o cerco para libertar uma escola tomada por tchetchenos em Beslan (Ossétia do Norte), em 2004, que deixou 334 mortos.

A Prefeitura de Moscou divulgou que vai indenizar a família de cada morto na ação em R$ 160 mil, pagando um terço disso a parentes de quem precisou ser internado. Outdoors eletrônicos em toda a cidade estão tomados por mensagens de condolências pela tragédia.

FolhaPress
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