Manaus (AM) – Nesta quinta-feira (18), o Comitê de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais do Estado do Amazonas se reuniu, na sede do governo, para apresentar um panorama detalhado do período de estiagem, com a situação das calhas dos rios e dos municípios.
A reunião foi presidida pelo governador do estado Wilson Lima (União Brasil).
O encontro tem como objetivo fazer um balanço da implantação das bases de combate a incêndios e delinear as ações que o estado levará para a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém no final do ano.
Panorama da Estiagem

Atualmente, 43 municípios permanecem em situação de emergência devido às enchentes, com aproximadamente 139 mil famílias afetadas.
Para a estiagem, a previsão é que entre 20 e 30 municípios sejam impactados, o que corresponde a aproximadamente 120 mil famílias.
Sobre a situação dos rios, todas as calhas estão em processo de descida das águas, algumas estão descendo mais rápido do que no mesmo período de 2024, enquanto outras mantêm níveis ligeiramente superiores.
A previsão média, no entanto, confirma a expectativa de uma seca de “leve a moderada” na maior parte do estado.
“Isso é importante principalmente por conta da navegabilidade. No momento em que a gente tem a navegabilidade mantida, a Zona Franca de Manaus consegue receber matéria-prima e o interior também consegue ser abastecido”, explicou.
Expansão dos Grupamentos de Combate a Incêndios (GCIPs)
Um dos pontos centrais da reunião foi o balanço da implantação dos Grupamentos Integrados de Combate a Incêndio e Proteção Civil (GCIPs).
A estratégia é instalar bases permanentes em municípios considerados críticos para focos de calor e desmatamento, que, juntos, representam mais de 90% dessas ocorrências.
Até o momento, já foram montadas 10 novas bases. Os novos GCIPs estão localizados em Tapauá, Autazes, Novo Aripuanã, Jutaí, Maués, Coari, Lábrea, Apuí, Manaquiri e Itapiranga.

Outras seis estão em fase de instalação em Atalaia do Norte, Barcelos, Boca do Acre, Careiro, Eirunepé e Manicoré.
Cada base conta com uma viatura pesada com capacidade para 10 mil litros de água e a destinação de cinco bombeiros militares para atuação permanente, que se somam aos brigadistas municipais.
Para 2026, está prevista a implantação de mais cinco bases, nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Borba, Eirunepé, Canutama e Nova Olinda do Norte, com um investimento inicial de R$ 13 milhões do Fundo Amazônia.
Com isso, o estado saltará de 11 para 32 bases, um aumento de 190% na capilaridade do combate ao fogo.
Novo Sistema de Alerta
Foi anunciada também a implementação de um novo sistema de comunicação de riscos, em parceria com o governo federal e as defesas civis municipais.
O primeiro teste oficial do sistema, que envia alertas via celular para populações em áreas de risco, ocorrerá no próximo dia 20 de setembro na região metropolitana de Manaus.
Preparativos para a COP30
Sobre a participação do Amazonas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o estado irá com uma delegação robusta e produtos prontos para captar investimentos, diferentemente de edições anteriores onde os entes subnacionais iam mais como ouvintes.
Os pilares da proposta amazonense serão:
- Amazônia essencial para o clima global: Reforçar o papel estratégico do bioma.
- Financiamento justo para quem protege: Defender que recursos internacionais devem remunerar quem já preserva a floresta, e não apenas financiar a recuperação de áreas degradadas.
- Desenvolvimento sustentável com protagonismo local: Fortalecer a bioeconomia e as comunidades tradicionais.
Entre os projetos concretos que serão apresentados estão o Plano Estadual de Bioeconomia (em fase final de elaboração), o programa de crédito de carbono jurisdicional “Rede Mais”, e um projeto inovador de moradia com material reciclável.