A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirâmides Financeiras desta quarta-feira (6) foi marcada por um bate-boca entre o deputado federal paraense Delegado Caveira (PL) e o advogado de Ramiro Júlio Soares Madureira, sócio e administrador da empresa 123 milhas.
Convocado pelo colegiado, Ramires compareceu à Comissão para explicar sobre a suspensão de pacotes e emissão de passagens de sua linha promocional com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023, além do pedido de recuperação judicial da empresa. Durante a reunião, ele foi chamado de estelionatário pelo deputado da bancada do Pará, dando início à discussão.
“Está aqui o empresário, que eu vou chamar de estelionatário, está muito claro, sou delegado há 12 anos, que disse que vai continuar com essa empresa nefasta que vem dando prejuízo imenso ao Brasil, ao povo. Que está sendo a todo momento, dizendo…”, começou o deputado, antes de interromper a fala por causa da manifestação do advogado do empresário, que pedia a palavra ao presidente do colegiado.
“O senhor permaneça calado que eu estou usando a palavra. Eu tenho imunidade parlamentar para falar”, disse Caveira. O advogado, porém, argumentou que o deputado não podia usar a imunidade parlamentar para ofender o depoente. “Ele é estelionatário sim. O senhor permaneça calado, advogado. Respeite a minha fala, que eu nem comecei”, continuou Caveira.
Relator da CPI, o deputado Ricardo Silva (PSD-SP), interveio para encerrar a discussão. Ele orientou o advogado a pedir pela ordem ao presidente para fazer uso da palavra. “E vou pedir ao nobre colega, delegado Caveira, nós entendemos a imunidade parlamentar, mas se a gente puder tentar utilizar de termos menos agressivos até para que não possamos alavancar o clima”, declarou.