O setor de turismo dos Estados Unidos enfrenta um momento preocupante em 2025, com a queda do número de visitantes internacionais afetando diretamente a economia do país. Medidas recentes do governo, incluindo tarifas comerciais, políticas migratórias rígidas e uma retórica vista como hostil, afastam turistas e geram prejuízos bilionários.
Especialistas apontam que o sentimento antiamericano tem levado cancelamentos de viagens e redução nos gastos de turistas estrangeiros. Michael Feroli, economista-chefe do J.P. Morgan, destacou que essa retração pode reduzir em 0,1% o PIB dos EUA, o que representa cerca de US$ 30 bilhões. O Goldman Sachs alertou para uma possível perda ainda maior, de até US$ 90 bilhões, caso o cenário se agrave.
“O sentimento antiamericano pode estar impulsionando um declínio no turismo internacional”, disse o economista Michael Feroli, em comunicado aos clientes no final de abril.
Dados do World Travel & Tourism Council indicam que os gastos dos visitantes internacionais devem cair de US$ 181,2 bilhões em 2024 para US$ 168,7 bilhões neste ano. A Tourism Economics prevê queda de 5% no volume de despesas desses turistas, gerando uma perda estimada em US$ 9 bilhões.
Além do impacto econômico, relatos frequentes de turistas detidos ou barrados na entrada do país contribuem para a má imagem dos EUA. Esses episódios alimentam a percepção de que o país não é acolhedor, fazendo com que muitos optem por destinos alternativos.
Christopher Gaffney, da Universidade de Nova York, ressalta que pequenas e médias empresas do turismo sentem mais fortemente essa queda, já que dependem diretamente dos visitantes internacionais.
Essa retração afeta companhias aéreas, hotéis, restaurantes e o comércio, levando grandes empresas do setor a reduzir suas projeções de receita. Cidades como Nova York e estados como Califórnia já registram quedas significativas no número de turistas, o que preocupa autoridades locais.
Apesar de esforços para atrair visitantes, como campanhas da Califórnia para turistas canadenses, a expectativa é de que o turismo internacional não se recupere neste ano, principalmente porque as viagens costumam ser planejadas com antecedência.
DCM