Erika Hilton aciona Governo Lula após morte de jovem por homofobia em Manaus

MANAUS (AM) – A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) acionou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para acompanhar a investigação sobre o caso de homofobia contra o adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos. Ele morreu após ser agredido na última quarta-feira, 3, no bairro Gilberto Mestrinho, na Zona Leste de Manaus, depois de questionar os suspeitos sobre o motivo de o chamarem de “viadinho”. A informação foi publicada na redes sociais da parlamentar, na tarde desta segunda-feira, 7.

“Estou requerendo, ao Ministério dos Direitos Humanos, o acompanhamento da investigação da morte do menino Fernando Vilaça, assassinado aos 17 anos em um crime de motivação homofóbica em Manaus“, declarou a deputada. É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de ‘viadinho’”, disse a parlamentar.

Na publicação, Erika Hilton também afirmou que é “revoltante saber que pessoas a mando dos agressores – que já foram identificados e estão foragidos – compareceram ao velório de Fernando para filmar o caixão”. A deputada colocou o seu “mandato à disposição” dos familiares da vítima. “Aos familiares de Fernando, dedico os meus mais sinceros pêsames e coloco o meu mandato à disposição para tudo que nos for possível“, escreveu.

A publicação de Erika Hilton ocorreu após a parlamentar ser mencionada por internautas para se posicionar sobre o caso. “É inaceitável um jovem sair para comprar leite e, pela homofobia alheia, não voltar pra casa. É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de viadinho“, seguiu a deputada.

Veja a publicação da deputada:

 

Entenda o caso

Fernando Vilaça, 17 anos, foi agredido, na quarta-feira, 3, após questionar outros jovens, ainda não identificados, sobre o motivo de chamarem-no de “viadinho”. A morte cerebral da vítima foi confirmada no sábado, 5. O relatório  preliminar do Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas apontou que as causas da morte do adolescente Fernando Vilaça, 17 anos, em Manaus (AM), foram edema cerebral, traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e ação contundente.

Familiares do adolescente classificaram as agressões ao estudante como “covardia”. “Ele sempre foi um menino muito tranquilo, nunca deu trabalho pra ninguém. O que fizeram com ele foi muita covardia, ele não merecia isso, não”, afirmou, à CENARIUM, a tia de Fernando, Klíssia Vilaça, lembrando como o jovem era dedicado em correr atrás dos sonhos.

“Ele era menino sonhador, vivia da escola pra casa, não brincava na rua, gostava muito de cuidar dos animais dele. Com o ‘Pé-de-meia [programa do governo federal] comprava ração pros animais dele e estava juntando dinheiro pra tirar habilitação assim que completasse 18 anos“, relatou Klíssia.

Leia mais: Jovem vítima de ataque homofóbico morreu de traumatismo craniano em Manaus: ‘Covardia’
Editado por Jadson Lima

AGÊNCIA CENARIUM

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