MANAUS — O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) alertou, nesta segunda-feira (28), sobre o agravamento da situação ambiental em Apuí e outros municípios do Sul do Amazonas diante do aumento das queimadas ilegais. Em vídeos divulgados pelo órgão, colunas de fumaça saem da floresta. O Ibama atribui os incêndios à grilagem e ao desmatamento ilegal.
Conforme o Ibama, as imagens foram registradas na sexta-feira (25). “Mesmo após ações intensivas do Ibama na região, com multas, autuações e embargos a áreas ilegais, os infratores seguem desafiando o Estado e a sociedade”, informou o superintendente do Ibama, Joel Araújo.
Entre 1º e 28 de julho, foram registrados 239 focos ativos de calor no Amazonas. O destaque foram os municípios de Canutama (41), Apuí (39), Maués (36) e Humaitá (28), conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Juntas, essas quatro cidades concentram mais da metade das ocorrências no mês. Segundo o Ibama, os incêndios avançam mesmo após operações com aplicação de multas, embargos e autuações.
A fumaça tóxica resultante das queimadas pode alcançar Manaus nos próximos dias. A capital amazonense tem 2 milhões de habitantes. “Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias são os mais vulneráveis. As hospitalizações e mortes evitáveis por problemas respiratórios voltarão a crescer, como já vimos em anos anteriores”, disse Joel Araújo.
O Ibama reforçou que atua na região, mas cobrou o envolvimento efetivo do Ministério Público, do Judiciário, dos governos federal e estadual e do Congresso Nacional, que recentemente aprovou o PL 2159 — apelidado por ambientalistas de “PL da Devastação”.
Em nota, o órgão declarou que os crimes ambientais em curso não se limitam a ataques contra a floresta, mas configuram “um ataque à vida”. A autarquia defendeu que a conservação da natureza precisa voltar a ser tratada como um tema central à sobrevivência humana.