O furacão Milton, enfraquecido, mas ainda muito perigoso, passa nesta quinta-feira (10) pela Flórida, deixando mais de 2,8 milhões de lares sem eletricidade e provocando inundações, duas semanas depois da passagem devastadora do furacão Helene.
O Centro Nacional de Furacões (NHC) informou por volta das 20h30 de quarta-feira (17h30 em Brasília) que Milton havia atingido a costa “perto de Siesta Key, no condado de Sarasota”.
Durante a noite foram registados ventos extremos de até 165 km/h, segundo dados do NHC, que alertou para riscos de inundações.
Mais de 2,8 milhões de residências ficaram sem energia elétrica, segundo o portal especializado poweroutage.us.
Degradado para a categoria 3 (de 5), a potência do furacão diminuiu na manhã desta quinta-feira, passando para a categoria 1, segundo o NHC.
Acompanhada por “ventos extremos” e chuvas fortes, a mega tempestade causou inundações “instantâneas” na chegada, afirmou o relatório do NHC.
Também provocou tornados antes de atingir o centro e sul do estado, segundo o Weather Channel.
Pouco antes de Milton chegar ao continente, o governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu aos habitantes do estado que “ficassem dentro de casa e longe das estradas”.
O Milton deve se mover agora em direção ao Oceano Atlântico, com a turística Orlando – sede do Walt Disney World – em seu caminho.
Os aeroportos de Tampa e Sarasota estão fechados até novo aviso.
Por onde Milton passou, os moradores confinaram-se antecipadamente, em suas residências ou em centros autorizados.
Em outra cidade grande, Fort Myers, Debbie Edwards, que decidiu não sair, observou que todos estavam “ansiosos”.
“É como se a síndrome de estresse pós-traumático tivesse se instalado” após outro furacão devastador, o Ian, há dois anos.
Milton mostra sua fúria apenas duas semanas após outro grande furacão, Helene, devastar a Flórida e outros estados do sudeste, deixando pelo menos 236 mortos.
No México, o Helene causou pequenos danos à costa, mas deixou dezenas de pescadores à deriva.
A Flórida, terceiro estado mais populoso do país e destino turístico frequente, está acostumada com furacões.
Segundo os cientistas, a mudança climática desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d’água, o que dá mais energia às tempestades e intensifica os seus ventos.
As chuvas e ventos provocados pelo furacão Helene foram 10% mais intensos devido à mudança climática, segundo um estudo publicado na quarta-feira pela World Weather Attribution (WWA).