O caso aconteceu em 2020 em Matão, interior de São Paulo. A mulher, influenciadora digital, realizou um preenchimento nos lábios, no queixo e nas maçãs do rosto, com um ativo que ela acreditava se tratar de ácido hialurônico, produzido pelo corpo humano de forma natural e reposto por meio de injeções.
Após se submeter a uma biópsia, Mariana descobriu que o produto aplicado no procedimento era PMMA, e não ácido hialurônico, como ela imaginava.
O produto era polimetilmetacrilato, chamado de PMMA, que é um preenchedor definitivo em forma de gel, utilizado em procedimentos estéticos e para correção de lipodistrofia, uma alteração da quantidade de gordura no corpo que pode ocorrer em pacientes com HIV (vírus da imunodeficiência humana).
“Eu era influenciadora digital e modelo, a harmonização foi em troca de divulgação. Fiz para ajudar a profissional. Até então seria o ácido hialurônico, não fui informada de nada, nem riscos. Ela [a profissional] não abriu na minha frente a embalagem, cheguei [na clínica] e já estava pronto. Foi na confiança. Não assinei nada, não vi nada. Seis meses depois tive a reação”, disse a mulher a uma entrevista.
“A reação aconteceu em junho de 2021, desde então a minha vida social acabou. Não saio sem máscara, sinto um mix de sentimentos”, relembra Mariana.
Desde os anos 2000, os médicos não costumam mais usar essa substância por ser permanente e aderir a pele, músculos e ossos. Quando há um processo inflamatório, ou mesmo quando o paciente não gosta do resultado, remover o PMMA sem causar dados a essas estruturas é quase impossível.