MANAUS – Professores da rede municipal pública de ensino em Manaus decidiram, na manhã desta quinta-feira (13), entrar em greve por tempo indeterminado. “Não vai ter arrego”, gritaram ao aprovarem, em votação simbólica, a paralisação em assembleia em frente à Câmara Municipal de Manaus, que não tem sessão plenária nesta quinta.
A greve é em protesto contra aprovação pelos vereadores, em primeiro turno, do projeto de lei da Reforma da Previdência que amplia o tempo de serviço e contribuição para obter a aposentadoria. Os educadores afirmaram que a greve é por tempo indeterminado e o encerramento da mobilização está condicionado ao arquivamento do projeto de lei.
“O fato é que essa votação foi feita de maneira repentina, na surdina, de maneira covarde eu posso dizer, porque no dia 24 de setembro houve tentativa de votação e aqui na frente da Câmara Municipal de Manaus havia mais de três mil professores. No dia primeiro de outubro foi feita uma tentativa de votação e aqui na frente da casa legislativa havia novamente mais de três mil professores. Nesses dois dias eles não conseguiram aprovar em primeiro turno o que nós titulamos o ‘projeto da morte’”, disse Elma Sampaio, presidente da Asprom Sindical, que representa a categoria.
“Porém, na última segunda-feira, eles conseguiram aprovar esse texto justamente porque nós não tivemos tempo de nos mobilizarmos para estarmos aqui visto que eles apresentaram o projeto para tramitar e votarem de maneira repentina retirando qualquer possibilidade de mobilização da categoria. Então eles fizeram isso confortavelmente. Mas agora nós instalamos a greve e vamos fazer com que ganhe mais consistência. Existe muita pressão dos coordenadores distritais e de diretores de escolas para que os professores não façam adesão à greve. Nós só vamos sair da greve depois que o prefeito arquivar o projeto ou os vereadores retirarem o ‘projeto da morte’ desta casa”, acrescentou a professora.

A Asprom Sindical expôs um painel com as fotos dos vereadores que votaram a favor do projeto. O texto altera idade a mínima e o tempo de contribuição dos servidores públicos municipais para obter a aposentadoria. Para os homens, a idade mínima passa de 60 para 65 anos; para as mulheres, de 55 para 62 anos. O tempo mínimo de contribuição sobe para 25 anos para ambos os sexos, com 10 anos de serviço público e 5 no cargo atual.
Nesta quinta, segundo a Asprom, em 30% das 501 escolas municipais os trabalhadores da educação paralisaram as atividades. Caso atinja 100% afetará 248 mil alunos no ensino infantil e fundamental.
(Colaborou Murilo Rodrigues)













