O primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de Manaus ocorreu na noite desta quinta-feira, 8/8, na Band TV. Os deputados federais Amom Mandel (Cidadania), e Alberto Neto (PL) assim como o ex- deputado Marcelo Ramos (PT) e o deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) participam do evento.
Destaque durante a discussão das propostas foi a saúde, além dos temas em Segurança pública e melhorias na educação.
No primeiro bloco, os candidatos se apresentaram ao público. Roberto Cidade destacou sua trajetória política, afirmando que “Manaus precisa de um prefeito que cuide das pessoas” e declarou estar “pronto” para assumir o cargo. Marcelo Ramos criticou duramente a ausência de David Almeida, classificando-a como “um ato de desamor com a população e lamentável.” Alberto Neto foi mais incisivo, chamando o prefeito de “fujão” e afirmando que Almeida está fugindo por ter cumprido apenas 30% das promessas de campanha. Amom Mandel reforçou sua preparação para ser prefeito e defendeu a importância de fazer valer os impostos pagos pela população.
Saúde
A saúde foi o tema mais recorrente nas perguntas entre os candidatos. Marcelo Ramos questionou Roberto Cidade sobre a situação crítica dos hospitais em Manaus, afirmando que “pessoas estão morrendo antes de chegar à consulta, ao exame, e à cirurgia, por irresponsabilidade do governo do Estado do Amazonas, que você apoia. E a Prefeitura de Manaus deixa 400 mil pessoas sem atendimento nas unidades de saúde”. Em resposta, Cidade prometeu construir 12 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas para melhorar o sistema de saúde, mencionando que “70% das pessoas que vão ao 28 de Agosto precisam de atenção básica”.
Alberto Neto destacou a alta incidência de câncer de colo de útero no Amazonas, que é 10 vezes maior que a média nacional. Ele atribuiu essa situação ao diagnóstico tardio e prometeu parcerias público-privadas para melhorar o diagnóstico precoce, além da construção de um parque de imagens para a realização de exames. Amom Mandel, por sua vez, comprometeu-se a construir o primeiro hospital municipal de Manaus.
Quando questionados sobre o atendimento especializado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Marcelo Ramos propôs parcerias público-privadas com entidades do terceiro setor e destacou a importância de atendimento integral com médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Roberto Cidade prometeu criar o maior programa de apoio ao autismo em Manaus, mencionando que seu filho é autista, o que gerou uma reação negativa de Amom Mandel, que também é autista, afirmando que “ninguém é infelizmente autista”.
Segurança Pública
Na segurança pública, Alberto Neto prometeu um concurso para contratar 1.000 novos guardas municipais e sugeriu o uso de câmeras de vigilância com reconhecimento facial para facilitar a identificação de criminosos. Amom defendeu o combate à corrupção e às raízes das organizações criminosas, citando exemplos de outras cidades como Florianópolis e Recife. Roberto Cidade propôs armar 100% da Guarda Municipal de Manaus, enquanto Marcelo Ramos sugeriu a volta dos vigilantes nas escolas para reduzir a violência.
Educação
No segmento da educação, Roberto Cidade defendeu uma merenda escolar de qualidade, criticando a oferta de “bolacha com kisuco” na rede pública. Alberto Neto prometeu dobrar o número de creches, e Amom Mandel se comprometeu a repassar recursos do Fundeb para os professores, além de melhorar as condições de trabalho da classe.
Nas considerações finais do debate, Alberto Neto focou no desenvolvimento, ressaltando que “Manaus é a quinta maior cidade do Brasil. Não podemos continuar entre as piores capitais em qualidade de vida”. Roberto Cidade destacou sua intenção de realizar grandes obras em Manaus, afirmando que “a cidade precisa de um prefeito que trabalhe de verdade”.
Amom Mandel expressou sua esperança de que “um dia Manaus vai mudar,” com professores valorizados, mais áreas verdes, melhor saúde e um forte combate à corrupção. Marcelo Ramos, por sua vez, enfatizou a importância da articulação com o governo federal para atrair investimentos que transformem a realidade da capital. Ele concluiu afirmando que ser eleito prefeito é “uma missão muito maior, de todos que cansaram de uma cidade mais ou menos”.