O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) afirmou, nesta sexta-feira (19), que se houver perdão dos condenados por tentativa de golpe de Estado, com o avanço da proposta original de anistia, significaria admitir que houve uma tentativa de abolição do poder no Brasil. A declaração aconteceu em resposta a jornalistas em coletiva de imprensa. Temer, no entanto, declarou que só há tentativa de golpe com o apoio das Forças Armadas.
“Se há um perdão, digamos assim, ainda que com a redução de pena, significa que houve uma tentativa de golpe. Se o senhor perguntar, mas houve golpe no país, eu tenho dito com frequência, eu repito aqui, golpe você tem quando as Forças Armadas querem. Eu sou muito objetivo. Se as Forças Armadas não quiserem, não tem golpe. E, no particular, as Forças Armadas não quiseram. Isso é o que aconteceu. O que houve foi uma grande mobilização, uma grande tentativa de sensibilizar para o golpe”, declarou.
Na entrevista, em visita a Belo Horizonte, durante o fórum “Perspectivas Políticas, Estabilidade Democrática e Seus Reflexos para o Empresariado”, organizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Temer afirmou que a redução de penas de condenados por tentativa de golpe de estado poderia tranquilizar o país, apesar de acreditar que deve haver punição para quem depredou prédios públicos.
“Agora, houve um fato gravíssimo, que foi a depredação, não exatamente a depredação do edifício, do prédio, foi a depredação de prédios que eram sede dos Poderes. Isso foi muito grave e isso não autoriza que não haja punição. Talvez, e eu verifico sempre isso, o que há sempre de queixa é que as penalidades foram muito severas, as penas foram exageradas. Então, digamos assim, para o meu paladar, punição tinha que haver, talvez, com penas menores, que é o anseio de todos aqueles com quem eu converso, daí porque eu penso que se houver uma nova dosagem das penas, ainda que pela via Legislativa, eu acho que isso pode ajudar a tranquilizar o país”, pontuou.
