BRASIL – No dia 25 de maio, Dia da Indústria, o governo federal quer anunciar uma medida para baratear os carros populares. Nos últimos dias, representantes de ministérios e do setor discutiram possíveis alternativas para reduzir os preços. A intenção de baratear carros populares foi manifestada publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso no dia 4 de maio.
Na ocasião, Lula disse que “R$ 90 mil não é popular”. No início da semana, representantes das montadoras se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.
Apesar de o Governo e empresas já terem discutido algumas opções, ainda não chegaram a um formato final. Os executivos frisaram para o governo que as montadoras já têm muita pouca margem de lucro nos carros populares e que, por isso, seria difícil reduzir os preços nas fábricas. A margem, segundo as empresas, são maiores no carros mais caros.
FGTS – Alckmin já sinalizou que o pacote também deve incluir medidas de apoio à indústria de caminhões. O caminho defendido pela indústria é a possibilidade de os trabalhadores poderem sacar uma parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) — 10% ou 15%, por exemplo. E usar esse valor para trocar o carro usado por um novo. Isso poderia ser feito via medida provisória, caso haja consenso dentro do governo.
Uma eventual redução de tributos também foi discutida. Na reunião entre governo e montadoras, foi ressaltado que o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) — um tributo federal — já é reduzido para carros populares. Para ser efetiva uma queda de impostos, as medidas precisariam envolver tributos recolhidos pelos estados, como o ICMS. A alíquota de ICMS já é reduzida para carros de passeio e qualquer queda de arrecadação precisaria ser compensada pela União. Isso passaria por uma negociação com as secretarias estaduais de Fazenda.