PMs e guarda municipal são presos suspeitos de estuprar indígena no interior do AM

MANAUS (AM) – Quatro homens — três policiais militares e um guarda municipal — foram presos neste sábado, 27/7, suspeitos de estuprar uma mulher indígena da etnia Kokama, durante uma custódia irregular em uma delegacia no interior do Amazonas.

As prisões ocorreram menos de 24 horas após o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) solicitar à Justiça a prisão preventiva dos suspeitos. Os mandados foram cumpridos pelas Polícias Civil e Militar nos municípios de Manaus, Tabatinga e Santo Antônio do Içá.

Outros dois policiais militares, um que está de férias e outro em missão, ainda não foram presos, mas devem se apresentar nas próximas horas, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPAM.

Os pedidos de prisão foram feitos na sexta-feira, 26, no âmbito de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado pela Procuradoria-Geral de Justiça. As solicitações foram aceitas pelo juiz Édson Rosas.

O MPAM argumentou que as prisões são necessárias para garantir a ordem pública, proteger a vítima e evitar a interferência no andamento das investigações. O órgão também pediu o afastamento dos envolvidos de suas funções e a suspensão do porte de arma, com base no Código de Processo Penal Militar.

Em depoimento às promotoras Priscila Pini e Lilian Nara, a vítima relatou não apenas o estupro, mas também episódios de tortura, humilhação e intimidação durante a custódia. Ela afirmou ainda que, após ser transferida para a Cadeia Pública Feminina de Manaus, policiais militares foram até a casa de sua mãe, em Santo Antônio do Içá, para ameaçar a família e tentar silenciar a denúncia.

Para a procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, as prisões representam um marco importante no combate a crimes cometidos por agentes públicos.

“Estamos diante de uma violação extrema dos direitos humanos, praticada por aqueles que tinham o dever de proteger. O MPAM seguirá atuando com firmeza para garantir justiça à vítima, proteção à sua família e a punição de todos os culpados”, declarou.

O processo corre sob sigilo judicial, para preservar a segurança da vítima e garantir a apuração dos fatos.

*Com informações da assessoria

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